(ainda) se faz muita coisa com a mentira.

Esconder a solidão;
Driblar a solidão;
Aguentar a solidão;
Confessar a solidão;
Aumentar a solidão.

Unir as solidões.

Não sou eu que preciso diminuir minha sede.

O pote é que precisa aumentar sua água.

Sabe quando a gente vai fazer um bolo e fica em dúvida se a xícara que a gente tem em casa é igual a xícara que a pessoa usou pra escrever a receita? Se nosso copo é realmente do tipo Americano? Se a nossa colher de sopa não tem um design que faz com que caiba um pouquinho menos do conteúdo que cabe nas outras colheres de sopa? Se a nossa forma média não é um tantinho assim maiorzinha?

Então.

todo coração gelado derrete. Ainda mais com o calor que está fazendo.

Como é que eu faço pra fazer um furinho
e entrar no seu coraçãozinho?

as coisas que antes não me atrapalhavam
eram as quais que as quais eu não pensava
E o mundo é um livre exercício de fluidez quando
a dúvida é deixada de lado
e sendo assim posto em evidência
a consequencia seja ela boa ou ruim
pois é só um valor refencial para medições mundanas.

p.s.: me demorei cinco minutos nessa escrita me decidindo sobre as métrias e as rimas e sobre o peso da escritura para não vomitar por inteiro e uma bela contradiçãp ao que aí está escrito.

"God knows when a single hair moves on your head"
(21 Gramas)

vamos, viaje comigo, esquece tudo e mergulhe comigo.

eu lembro do dia que minha mãe me levou no Shopping e tava tendo uma campanha do filme Pocahontas. Uma das atividades de mais fila era um cubículo envidraçado com um ventiladorzão no chão que esvoaçavam vários papeizinhos que a criançá lá dentro tinha que pegar da cor específica pra ganhar brindes. Fiquei endoidecido pra brincar naquilo, esperamos um tempão na fila. Daí, na minha vez, ligado o ventilador monstruoso, comecei a chorar feito louco com aquele bando de papeizinhos voando em volta de mim. Quis sair de lá imediatamente, não durou nem 10 segundos.

não mudou muita coisa.

meu amor por você é uma coisa passageira que dura até hoje.

Tudo estava muito bem até o gancho da interrogação agarrar minha goela e me impedir a entrega absoluta. Agora não posso mais abrir os meus braços e lançar-me na sorte da atividade desconhecida, já que agora as consequências devem ser calculadas, os motivos esclarecidos e suas etapas minuciosamente estruturadas.

Daí quando vem aquela sensação de felicidade desinflada nos perguntamos como isso pode estar acontecendo.

Eu tenho que lembrar, me esforçar e enfiar dentro da minha cabeça que isso não funciona e que pra eu conseguir o que eu quero eu preciso fingir igual a todo mundo e parar de apontar a mentira dos outros.

Ou eu tenho que esquecer a mentira.

ainda existe surpresa dentro do possível.

Quando a alegria bate à nossa porta, ah, é uma delícia. Todos os nossos sentimentos de tristeza são varridos para o sótão mais escondido! E não há quem nos convença de que aquilo é pura consequencialidade circunstancial, pois é maravilhoso demais, puro demais, pra ser interrompido por qualquer invejoso que não conseguiu alcançar a mesma felicidade.

E desde o início desse grito no travesseiro eu penso: chega de falar da coisa. Vamos mudar de assunto.
Mas aí eu vejo que não dá certo, tudo vira coisa camuflada, a coisa se esconde dentro da coisa. Mesma coisa de qualquer jeito. E daí minha vontade é me calar pra sempre. Mas o silêncio é coisa disfarçada de transparente: ela está ali, escutando. E então eu brinco de fugir.

ei, eu também sei mentir.









aguardem ;)

até hoje só fui louco dentro dos conformes da lei, dos preditos da física e dos limites bio-genéticos e culturais.

¡Somebody help me! I'm being spontaneous!

Ou eu minto ou eu invejo a mentira daqueles que conseguem mentir com maestria.

Insistir na mentira até quando ninguém estiver olhando.
Submeter-se ao convencionado como ferramenta única e imutável.
Entregar-se à crença inquestionavelmente.

É o único jeito.
Três vezes a mesma coisa.

Estava se sentindo péssima, então tomou meio calmante.

Você é muito enjoado, cada dia que passa precisa de mais firulas pra se entregar.
Antigamente você era o mundo, ultimamente você tem hora para acessá-lo. Você escolheu sair de lá para voltar depois não sei pra que, se de qualquer jeito ao voltar você vai continuar igual.
Hoje você precisa mentir pra ser feliz.

Tinha mijado e gotejado no assento.
Quando sentou para cagar, minutos depois, tomou cuidado para não encostar sua bunda onde havia mijo.

É essencial buscar o equilíbrio, para que possamos viver em paz e harmonia conosco mesmos. Precisamos de equilíbrio nas nossas relações familiares, amorosas e amistosas; na nossa saúde; em nossos estudos; em nossas atividades de lazer; em nossas finanças e em nosso ambiente de trabalho e moradia.

Para isso, precisamos organizar nossos horários, rotinizar nossa disciplina, agendar nossas atividades, controlar nossos impulsos e quitar nossos débitos. Só assim poderemos disfrutar da maravilhosa felicidade que desejamos todos os dias.

Na medicina tradicional chinesa, vento é sinal de movimento, propiciador de alguns distúrbios e identificado pelo tremor por ele causado.

Por isso é necessário verdar bem todas as janelas.

a maior felicidade do mundo em Arial 12

Querido Shakespeare,

Sinto lhe informar que a questão é outra. Ninguém é. Pois se se é, se é e está terminado. E isso não existe. A existência não existe. Ser é uma coisa impossível no mundo, pois o destruiria; isto é, o construiria a ponto do mesmo não precisar de sua própria "existência", ou o faria existir de fato. A questão é os grandes movimentos dos SERes em tentar a consolidação nesse universo furado e imparável e inconsolidável. Entendo sua possível intenção em classificar as coisas do mundo, em instaurar uma única grande dúvida na humanidade. Mas, infelizmente, não é assim.

Fique com Deus.

Todo o mundo não passa de uma grande espera; e quando as inúmeras esperas tardam a acontecer, começamos o sutil exercício de bolar nossos próprios triunfos, arquitetar nossa própria vitória.

A grande sacada do homem é armar tudo tão meticulosamente a ponto de nunca descobrir ser o agente de sua prória felicidade, conseguida com o próprio esforço inventado. Esse é o preço da gratuidade das coisas.

Não sei porque meus átomos gostam tanto de mim. Não sei se depois que engulo o pão ele vira parte de mim ou pedacinhos de pão dentro de mim. Não sei se posso chamar meu cabelo cortado de meu. Não sei se ele me ama mais. Queria engolir todo mundo e explodir do avesso, pra dentro. Assim eu seria tudo no meio de mim.